¿Donde estás, corazón? O tango no Brasil; o tango do Brasil

Ao se falar em tango brasileiro, a figura de Ernesto Nazareth é prontamente lembrada e associada a um gênero instrumental. O tango é, na verdade, um gênero musical dotado de grande movência, permitindo-se transfigurar, expandir-se em suas formas nômades.

No Brasil, o tango portenho chega por volta da década de 1920. Os ouvidos se abrem para o tango cantado e, sobretudo, para a voz de Carlos Gardel. O tango argentino passa a ser traduzido, adaptado, parodiado em nosso país, transplantando-se como tango nômade. De fato, é curioso observar que, no processo de territorialização, o tango foi assimilado de diversas formas e teve enorme repercussão: quer como tango argentino em versão original, quer traduzido para o português. Além das versões originais e adaptadas, alguns compositores chegaram a compor vários “tangos argentinos” (nômades) que se notabilizaram na voz de Nelson Gonçalves: “Carlos Gardel”; “Hoje quem paga sou eu”; “Vermelho 27″; “Estrelas na lama”.

Nesta parte do projeto serão estudadas as relações entre texto poético e texto musical e suas implicações semânticas, levando em consideração não apenas a relação letra-música, mas também as variações da performance. Ainda: uma análise de como a linguagem musical se caracteriza, quer na versão portenha, quer na versão nômade (brasileira): aspectos formais, instrumentação, andamento, dinâmica etc. Por se tratar de um gênero cuja letra passa por muitas traduções idiomáticas, serão também cotejadas as diversas adaptações (“La cumparsita”, “Pañuelito/Lencinho querido”, “Yuyo verde/ mato verde” etc.).

A publicação, em fase de edição pela Via Lettera/ CNPq, inclui texto inédito em português, de Ramón Pelinski, intitulado: “Tango: metáfora da globalização”, “Donde estás, corazón? O tango no Brasil; o tango do Brasil”, por Heloísa Valente, e outros textos de Susana Ventura, Ricardo Santhiago e Sérgio Estephan.

Pesquisadores envolvidos: Heloísa Valente, Leandro Quintério, Ricardo Santhiago, Susana Ventura. Convidados: Ramón Pelinski, Sérgio Estephan.


¿Dónde estás, corazón? – O tango no Brasil, o tango do Brasil. Heloísa de A. Duarte Valente (org.).São Paulo: Via Lettera; FAPESP, 2012. ISBN: 9788576361060

A publicação resultante inclui texto inédito em português, de Ramón Pelinski, intitulado: “Tango: metáfora da globalização”, “Donde estás, corazón? O tango no Brasil; o tango do Brasil”, por Heloísa Valente, e outros textos de Susana Ventura, Ricardo Santhiago e Sérgio Estephan.

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